Em 2020, durante a Assembleia Mundial da Saúde, os países exigiram que a Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciasse uma revisão de como a crise de Covid-19 se desenrolou, com o objetivo de extrair lições para o futuro. O relatório final, divulgado em 12 de maio deste ano, foi estruturado por um grupo de 13 especialistas em saúde global, independentes da OMS.
A revista científica Nature divulgou algumas das conclusões desse levantamento que mostrou falhas graves na comunicação entre a OMS, os líderes mundiais e a sociedade, que muito provavelmente são responsáveis pela disseminação incontrolável da pandemia de Covid-19 no planeta a partir de fevereiro de 2020. Segundo a investigação, faltou ousadia da Organização em alertar e orientar os países com veemência e determinação sobre os riscos da alta transmissibilidade e mortalidade do vírus.
O relatório também lista as ações concretas que podem ajudar a prevenir um cenário semelhante caso outro patógeno mortal surja, traçando um plano de como as vacinas podem chegar aos países de baixa e média renda o mais rapidamente possível, evitando a crise atual na distribuição, desigual, de imunizantes para as populações mais vulneráveis.
Embora alguns pesquisadores afirmem que as sugestões do painel sobre como fortalecer a OMS em situações pandêmicas mundiais sejam vagas, concordam que algumas recomendações são ambiciosas, mas factíveis, incluindo a criação de um conselho de líderes mundiais dedicado especificamente ao combate de pandemias.
Acesse o texto da Nature na íntegra, em inglês, clicando em: How the world failed to curb COVID
Painel Independente para Preparação e Resposta à Pandemia
Estabelecido pela OMS, em resposta à resolução WHA73/1 da Assembleia Mundial da Saúde, o Painel Independente para a Preparação e Resposta à Pandemia publicou, neste mês de maio de 2021, seu relatório principal, COVID-19: Make it the Last Pandemic.
O Painel recomenda, entre outras propostas, que a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a OMS convoquem os principais países produtores e fabricantes de vacinas para que concordem com o licenciamento voluntário e a transferência de tecnologia para as vacinas de COVID-19. Se as ações não ocorrerem dentro de três meses, uma renúncia de direitos de propriedade intelectual, nos termos do Acordo TRIPS, deve entrar em vigor imediatamente.
Este painel foi composto por representantes de diversas áreas e de diversos países: foi co-coordenado por Helen Clark, ex-Primeira Ministra da Nova Zelândia e por Ellen Johnson Sirleaf, ex-Presidente da Liberia e Prêmio Nobel da Paz, e reuniu Mauricio Cárdenas, Aya Chebbi, Mark Dybul, Michel Kazatchkine, Joanne Liu, Precious Matsoso, David Miliband, Thoraya Obaid, Preeti Sudan, Zhong Nanshan e Ernesto Zedillo.
O vídeo do lançamento está disponível AQUI e contou com a participação do Padre Júlio Lancellotti.