Relatório da Unicef sobre imunização infantil: Brasil tem o segundo pior índice de vacinação em bebês da América Latina
20/04/2023
Notícias
Alerta vermelho para a saúde infantil.
O mundo está enfrentando o maior retrocesso contínuo na imunização das crianças em 30 anos:
a cobertura vacinal de rotina despencou drasticamente durante a pandemia de COVID-19
Esta é a constatação do último relatório do UNICEF: The State of the World's Children 2023: For every child, vaccine, lançado nesta última semana de abril.
O documento explora as razões desse alerta vermelho e as medidas que todos, participantes da comunidade global, devem tomar para garantir que nenhuma criança seja deixada para trás.
O relatório destaca o árduo trabalho a ser feito para aumentar a confiança nas vacinas:
- Comprometer-se com as comunidades em promover o diálogo simples e transparente. Este compromisso restringe a desinformação e as fake news, fortalecendo o apoio irrestrito à imunização. Uma conversa franca ajuda a recuperar a confiança e permite que as pessoas compartilhem suas dúvidas e receios sobre as vacinas.
- Apoiar os profissionais e os agentes comunitários de saúde para que exerçam sua influência, considerando que representam uma fonte confiável de informações sobre as vacinas.
- Realizar um trabalho contínuo de comunicação social, com debates e deliberações contínuas nas redes sociais sobre a importância da vacinação de toda a população.
- Promover e estimular o poder da influência e da comunicação das mulheres e meninas sobre a aceitação da vacinação, auxiliando em programas de informação e na composição de campanhas educativas.
Em seu relatório, o Unicef recomenda que as crianças não vacinadas sejam identificadas e que haja uma busca ativa e permanente para a atualização das cadernetas de vacinação.
E no Brasil?
De acordo com os dados do Relatório da Unicef, o Brasil tem a 2ª pior taxa de vacinação em bebês da América Latina. Ficamos atrás somente da Venezuela. Alguns dados:
- entre 2019 e 2021, 1,6 milhão de crianças não receberam nenhuma dose da vacina DPT, que protege contra tétano, difteria e coqueluche;
- nos últimos 3 anos, 1,6 milhão de crianças brasileiras também não receberam a vacina contra a poliomielite;
- a confiança da população nas vacinas diminuiu depois da pandemia: antes, 99,1% dos brasileiros confiavam nas vacinas infantis; hoje este índice está em 88,8%.
“Vacina é vida. Vacina é para todos”
O Programa Nacional de Imunização (PNI) brasileiro era modelo para o mundo em termos de abrangência e cobertura vacinal da população. Para que o país volte a ser referência nas altas coberturas vacinais, o Ministério da Saúde lançou, em 27 de fevereiro de 2023, o Movimento Nacional pela Vacinação com a mensagem “Vacina é vida. Vacina é para todos”. A proposta é mobilizar e conscientizar toda a população sobre a segurança e a importância da imunização.
Para fazer o download do relatório, completo, clique AQUI
Fontes: Unicef/Uol