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NOTA DE REPÚDIO: SBB se posiciona veementemente contra a violência racista sofrida por Samantha Vitena em 28 de abril

03/05/2023

Notícias

A Sociedade Brasileira de Bioética torna público o seu repúdio em relação ao tratamento conferido por funcionários da empresa Gol Linhas Aéreas a Samantha Vitena, no voo G3 1575, de Salvador com destino a São Paulo, em 28 de abril de 2023.


Na ocasião, segundo noticiado, a passageira - mulher, negra, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva (PPGBIOS), programa associado entre a UFRJ, Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) - foi constrangida pela tripulação a adotar procedimentos não usuais e não solicitados a nenhum outro presente no avião.


Impuseram-lhe que despachasse sua mochila, de tamanho e peso segundo padrões exigidos, já alocada no espaço destinado à bagagem de mão, contendo seu computador, instrumento de trabalho e estudo.


Ao solicitar explicações para tal exigência, Samantha, sem ser atendida, foi expulsa da aeronave por agentes da Polícia Federal, em ato de profunda violência moral e psicológica, seguido pelo sofrimento e desconforto com a interrupção de sua viagem e demais compromissos pessoais, somando-se ainda à obrigação de prestar depoimento em interrogatório de delegacia naquela noite, como se houvesse cometido um crime.


Nessas circunstâncias, pode-se afirmar que a estudante foi vítima de notório racismo, algo que, além de crime tipificado na Lei Nº 7.716/1989, é prática e mentalidade estrutural na realidade brasileira, engendrando todo tipo de brutalidade diária contra negros e negras deste país. Bem por isso, deve ser incansavelmente combatido por todos os setores da sociedade, com as providências judiciais cabíveis tomadas em sua integralidade.


Nesse sentido, a Sociedade Brasileira de Bioética, colocando-se ao lado de todos e todas que manifestaram sua indignação em objeção a essa violência racista, se posiciona veemente contra qualquer tipo de discriminação e vilipêndio aos Direitos Humanos, como ocorreu com Samantha. Situações como essa, além de repugnantes, são marcadoras do quanto ainda é preciso se opor em luta frente a tais barbáries e comprovam a asserção de Angela Davis de que “Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”, ininterruptamente.

 

Sociedade Brasileira de Bioética, 03 de maio de 2023

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